segunda-feira, 25 de abril de 2011
Para Refletir
sábado, 23 de abril de 2011
Nós e o Planeta Terra
Ter consciência nos fez também ter subjetividade, um mundo interior, onde construímos e reconstruímos nossa visão de mundo, do outro, de nós próprios. Assim, embora a realidade seja igual para todos, a maneira de perceber, de encarar e interpretar a realidade muda de pessoa para pessoa.
Isso nos obrigou a estabelecer parâmetros do que é aceitável ou não pela sociedade, pois apesar de separados dos outros e das coisas, enquanto seres sociais estamos ligados uns aos outros e tão dependentes quanto todos da natureza. E natureza, aqui, não significa uma visão idealizada de um ser com propósito e intencionalidade, mas o resultado de milhares de anos de evolução sob determinadas condições de clima e calor, distanciamento do sol, inclinação do eixo da Terra, etc. Revela-se então uma outra característica humana que é a tendência de encontrar significado para as questões que não consegue compreender, como se fôssemos incapazes de viver num mundo que não faca sentido. Os gregos antigos, por exemplo, deram à natureza o status de deusa, à qual atribuíram o nome Gaia.
A consciência também nos tornou livres para escolher o que achamos ser melhor para nós, para o mundo, e o livre arbítrio trouxe consigo culpas e responsabilidades, angústias existenciais sobre qual o melhor caminho a tomar. Ao nos vermos livres da natureza, não mais tendo de obedecer aos instintos e compreendendo cientificamente os seus fenômenos, criamos a ilusão de sermos superiores às demais espécies e à própria natureza. Na tarefa de nos tornar humanos, tivemos e ainda temos de enfrentar a natureza, que age e influencia em nossas escolhas através dos instintos - tão ativos em nós quanto em todas as demais espécies, determinando quando temos de lutar ou fugir, comer e parar de comer, por exemplo, e ainda assim, podemos escolher nos manter em situação de estresse sem tentar fugir e comer sem fome. Este enfrentamento resultou no afastamento maior ainda da natureza. Seguir aos instintos passou a ser um atributo dos animais, algo pouco refinado, embrutecido, motivo de vergonha para os humanos.
Criamos a ilusão de sermos os donos da natureza e dividimos o planeta em territórios, e loteamos cada espaço útil, explorando sem culpas, a ponto de já termos passado do ponto de regeneração natural de diversos ecossistemas. As demais espécies foram destituídas de seus direitos, condicionadas à sua utilidade para nós. Se não for útil, então não tem razão de existir.
Em nossa idealização do mundo, nos demos o papel transcendental atribuído aos deuses, pois se somos superiores à natureza, tínhamos de encontrar um significado para nós fora da natureza.
Quando confrontados com as evidências de nossos atos, alguns de nós preferem buscar desculpas para continuar agindo da mesma forma. Para alguns, a idéia de que a natureza possa sofrer um colapso parece um exagero, pois nada do que façamos irá destruir a natureza, embora possamos nos destruir facilmente. Para outros, a Ciência irá nos salvar descobrindo coisas, inventando novas tecnologias que serão capazes de reciclar nossos restos e descobrir novas fontes de recursos. Outros acham inútil lutar, pois o fim está próximo, conforme revelado em algum texto sagrado e, naturalmente, apenas os que acreditarem nisso serão salvos.
Nossa separação da natureza não aconteceu apenas do ponto de vista psicológico, ético, moral ou espiritual, mas também do ponto de vista físico. Reconstruímos o meio ambiente para adaptá-lo às nossas necessidades onde antes existiam ecossistemas. Construímos cidades às vezes confortáveis, bonitas, às vezes não, de concreto, aço e asfalto e com muita rapidez esquecemos que apesar de muito importantes não são as cidades que produzem a água, o oxigênio, a biodiversidade da qual dependemos para produzir alimentos, medicamentos e obter recursos.
O meio ambiente deixou de ser tudo o que existe, para ser o que existe em torno de nos, como se fosse uma espécie de armazém de recursos inesgotáveis para atender às nossas necessidades. Necessidades que deixaram de ser apenas físicas, como comer, morar, vestir, mas também espirituais, como a de demonstrar afeto através da troca de presentes materiais, de obter reconhecimento social e se sentir pertencendo a uma sociedade através da exibição de objetos de consumo. O resultado foi uma sociedade que não só superexplora a natureza, mas que também superexplora seus próprios semelhantes, pois para que uns possam acumular demais outros precisam acumular de menos.
E por que tudo isso? Enquanto as demais espécies submetem-se aos seus destinos, nos angustiamos na busca de respostas, e quando estas não existem, criamos nós próprios utopias e visões de mundo que dê sentido a este mundo reinventado. Qual é o propósito de nossa espécie? Para que estamos aqui? De onde viemos? Para onde vamos? Por que sofremos com terremotos, vulcões, tsunamis, secas, enchentes, furacões, fome, AIDS, epidemias, etc.? Cometemos algum pecado pelo qual estamos sendo punidos agora? Teremos tempo de evitar um colapso ambiental global? Continuaremos existindo enquanto espécie ou já estamos em declínio rumo à extinção? Alguns se satisfazem com a idéia de deuses e diabos voluntariosos nos manipulando, outros se amparam na idéia de que somos filhos e filhas de seres de outros planetas que nos visitaram no passado e que alguns acreditam que ainda estão entre nós. Outros acreditam que surgimos do caos e do acaso, não importa, ninguém saberá a verdade final mesmo e, neste particular, qualquer idéia serve, desde que tenha significado e nos permita viver em paz conosco mesmo e com os outros, que nos anime a querer serem pessoas melhores e lutar para termos um mundo melhor.
O fato concreto é que nenhum de nós escapará vivo do Planeta que, ao contrário de nos pertencer, nós é que pertencemos a ele e o compartilhamos com todas as outras espécies. Ou nos reinventamos, imaginando outro jeito de estar no Planeta, ou corremos risco de desaparecer antes do tempo. Uma coisa é certa, o Planeta começou sem nós, e acabará sem nós. A questão que importa não é quando acontecerá o fim, mas o que posso fazer, aqui e agora, enquanto tenho vida e saúde para abreviar este fim e aproveitar este presente que todos os dias o Planeta nos proporciona, o de viver. E a vida é bem curta.
* Vilmar Sidnei Demamam Berna é escritor e jornalista, fundou a Rebia – Rede Brasileira de Informação Ambiental (http://www.portaldomeioambiente.org.br/) e edita, deste janeiro de 1996, a Revista do Meio Ambiente (que substituiu o Jornal do Meio Ambiente) e o Portal do Meio Ambiente (http://www.portaldomeioambiente.org.br/). Em 1999, recebeu no Japão o Prêmio Global 500 da ONU para o Meio Ambiente e, em 2003, o Prêmio Verde das Américas.
sexta-feira, 22 de abril de 2011
O Que as Escolas Precisam Aprender
O mundo mudou. Os currículos ficaram obsoletos. Quais habilidades os alunos devem desenvolver para enfrentar os novos tempos
Ana Aranha Com Paloma Cotes e Beatriz Monteiro
Imagine que um cidadão tivesse dormido um século e acordasse agora. O mundo seria uma grande surpresa para ele. Aviões. Celulares. Arranha-céus. Ao entrar numa casa, ele não conseguiria entender o que é uma televisão. Ou um computador. Poderia se maravilhar com uma barra de chocolate. Escandalizar-se com os biquínis das moças. Perder-se num shopping center. Mas, quando ele deparasse com uma escola, finalmente teria uma sensação de tranqüilidade. "Ah, isso eu conheço!", pensaria, ao ver um professor com um giz na mão à frente de vários alunos de cadernos abertos. "É igualzinho à escola que eu freqüentei."
Essa parábola é quase tão velha quanto o personagem que dormiu cem anos. É contada em inúmeras palestras e cursos de reciclagem de professores. Ilustra como a escola se mantém fossilizada, num mundo que não pára de mudar. A escola como a conhecemos hoje é fruto de uma sociedade forjada no século XVIII, quando a Revolução Industrial e o fortalecimento dos Estados modernos criaram a necessidade de formar cidadãos qualificados para um novo mercado de trabalho. A Revolução Francesa e a independência americana também inspiraram um ideal igualitário, que disseminou a idéia da educação como um direito de todos. Era uma ruptura em relação à escola antiga, voltada para a formação de uma elite - fosse a casta religiosa da Idade Média, os burocratas a serviço dos reis ou os aristocratas da Grécia clássica. Com a inclusão das massas na escola, foi preciso criar mecanismos de homogeneização. Vieram daí a divisão dos alunos em séries, a especialização dos professores em disciplinas e a sistematização de um ensino básico a ser transmitido para todos.
"Há setores que pedem pessoas capazes de transitar entre áreas profissionais. Esses trabalhadores precisam da capacidade de aprender sozinhos"
Jaime Cordeiro, ESPECIALISTA EM DIDÁTICA DA USP
Essa escola, tão bem organizada ao longo de mais de dois séculos, já não responde às necessidades do mundo. A Revolução Industrial foi ultrapassada pela era da informação. A maior parte do trabalho para o qual a escola nos preparava é hoje feita por máquinas. Na década de 70, eram necessários 108 homens, durante cinco dias, para descarregar um navio no porto de Londres. Hoje, com os contêineres e os guindastes modernos, esse trabalho é feito por oito homens, em um dia. Na década de 80, a indústria automobilística brasileira empregava 140 mil operários para produzir 1,5 milhão de carros por ano. Hoje, pode produzir o dobro, com apenas 90 mil empregados. Há uma década, a força de trabalho era chamada de mão-de-obra. Na virada do século, essa expressão já tinha caído em desuso. Não é mais a mão, e sim a cabeça dos funcionários que interessa. Por isso, o trabalhador não pode ser mais aquele que entende as ordens e consegue cumpri-las. Tem de ser alguém que saiba refletir sobre o processo produtivo. E que esteja preparado para mudanças. Isso é ainda mais verdadeiro para os empreendedores. Com a diminuição de oportunidades nas grandes empresas, as escolas têm de formar gente que saiba inventar o próprio negócio.
A falta de estabilidade do mundo moderno tem outra implicação: o ensino não pode mais ser um conjunto de conhecimentos que serve para a vida inteira. As pessoas vão precisar de algo diferente: habilidade de adquirir conhecimentos novos o tempo todo. Aprender a aprender. "Há setores que pedem pessoas capazes de transitar mais entre áreas profissionais. Esses trabalhadores precisam da capacidade de aprender sozinhos", afirma Jaime Cordeiro, especialista em didática da Universidade de São Paulo (USP).
Nossa vida como consumidores também mudou. Um supermercado tem, hoje, cerca de 30 mil itens. Milhares de produtos - nos Estados Unidos, 20 mil - são lançados por ano, quase todos destinados ao fracasso. A internet já tem mais de 100 milhões de sites. Vivemos afogados em informações. A escola ensina a degluti-las. Se nossos filhos seguirem esses ensinamentos, vão se empanturrar de mensagens repetitivas, inócuas, contraditórias. Ela tem de ensinar a filtrá-las e encontrar o que interessa. Ensinar a escolher.
Também já não é possível formar cidadãos com uma base comum de conhecimentos. A própria evolução do saber humano torna defasada essa idéia. O mundo de ontem era repleto de fronteiras, estático, separado por áreas. O atual é globalizado, dinâmico e conectado. Isso faz com que seja praticamente impossível prever quais conhecimentos garantirão uma existência tranqüila. É uma época de extrema liberdade - e insegurança. Por isso, os educadores de vanguarda, aqui e no mundo, apontam não para o ensino de um conteúdo salvador, e sim para a ênfase no ensino de um conjunto de habilidades. Muito mais que preparar alguém para um vestibular, essas habilidades formariam uma espécie de caixa de ferramentas básicas para enfrentar o século XXI. Parte do caminho para esse novo ensino tem sido trilhado por algumas escolas, a maioria particular. Nas páginas a seguir, há exemplos de como elas fazem isso.
" A nova escola vem de um movimento que marcou o século XX: a idéia de que nossa história é de nossa responsabilidade "
Luciano Mendes, DA UFMG
"A nova escola vem de um movimento que marcou o século XX: a idéia de que nossa história é de nossa responsabilidade. Que só é possível construir uma sociedade igualitária se o sujeito tiver autonomia", afirma Luciano Mendes, do Grupo de Estudos e Pesquisa em História da Educação da Universidade Federal de Minas Gerais.
O Brasil teve avanços recentes na educação, com a universalização do ensino básico. Ainda falta estabelecer níveis mínimos de qualidade na rede pública. Isso para chegar ao padrão aceitável do século XIX. Para modernizá-la de verdade, é preciso uma revolução. Um dos responsáveis por pensar essa mudança é o sociólogo espanhol Miguel Arroyo, doutor em educação pela Universidade Stanford e ex-secretário de Educação de Belo Horizonte. Ele coordena o grupo de trabalho montado pelo Ministério da Educação que busca uma revisão nacional da estrutura curricular. "A idéia é acabar com a divisão por disciplinas na formação do professor e criar cursos em grandes áreas do conhecimento", diz Arroyo. Assim, os professores sairiam da faculdade formados em Ciências, e não em Física ou Química, como acontece hoje
Essa reforma seria mais que uma mudança de currículo. Já está se formando um consenso de que a educação terá de abrir mão do excesso de conteúdo das matérias lecionadas. Embora as escolas não sejam obrigadas a seguir uma cartilha, o vestibular determina uma carga para todas as disciplinas. "A escola absorveu uma quantidade enorme de conhecimento. Apesar de ter muito conteúdo, ela ensina pouco", diz Mendes. Ele afirma que, quando a lição não faz sentido para a vida do aluno, ele não a absorve. Assim que entra na faculdade, boa parte dos formandos esquece lições como equações de movimento, divisão celular ou círculo trigonométrico. "Para adaptar o ensino ao mundo de hoje, precisamos de uma formação mais crítica e cultural, que envolva o cinema, o teatro e a vida urbana."
Uma das premissas dessa nova escola é a intimidade com a tecnologia. Saber usar computadores, lousas eletrônicas e programas educativos é, hoje, como conhecer o alfabeto. Mas isso não basta. "A tecnologia é uma ferramenta inicial, serve para o aluno pesquisar, entrar em contato com aquilo de que precisa. Depois entram o professor e o trabalho em grupo para ajudá-lo a entender", afirma Vani Kenski, especialista em tecnologia educacional da USP.
terça-feira, 19 de abril de 2011
A Educação Pública no Brasil
O Brasil não é mesmo um país sério! Não posso dizer outra coisa após o que vivi e vou viver pelos próximos 30 anos trabalhando na educação neste país. Todos são unânimes em dizer que a educação deve ser prioridade no Brasil, ou em qualquer país que pense alto. Mas ela é mais do que isso, é uma forma de ascensão social. Esta é uma das maiores conquistas burguesas. Quando a hierarquia do nascimento deu lugar a hierarquia do dinheiro, a educação passou a ser a arma da burguesia européia para conquistar ou manter seu status. Colocar seus filhos nas melhores escolas era o mínimo que podiam fazer. Enquanto isso, os filhos do "resto" da população permaneciam ignorantes, em uma época que a idéia de ensino público e obrigatório estava engatinhando.Quando a idéia de igualdade jurídica se difundiu, a educação passou a ser vista como forma de dar as mesmas oportunidades para todos. A escola pública nasceu para isso. Em algum momento ela se desviou do seu caminho até chegar ao estágio que está hoje.No Brasil, assim como na saúde, a educação, no decorrer do Regime Militar, foi privatizada. Aqueles que possuíam dinheiro começaram a pagar um plano de saúde e uma escola particular para seus filhos. Cansados de esperar do governo, os ricos e a classe media preferiu pagar o preço. Esta situação apenas piorou o quadro nestas duas áreas essenciais. Sem a importante pressão daqueles que tem o dinheiro, a saúde e a educação pública do Brasil foi se degradando. Os mais pobres, que utilizam estes serviços, passaram a sofrer calados. A voz da população está com os mais ricos. Resumidamente, está é a história da educação. Chegamos aos dias atuais. Chegamos à minha realidade.Eu era um sonhador. Agora percebo que sou utópico. Acreditei que poderia mudar o mundo. Claro que do meu jeito, dando a minha contribuição, transformando a realidade que estava ao meu alcance. Pensei o seguinte: estou indo dar aula em uma escola pública, mas quero fazer o melhor trabalho possível, dando o melhor de mim, como se estivesse na melhor escola particular, ganhando o melhor salário possível. Estes alunos precisam ter a mesma qualidade de ensino que um aluno de uma escola particular. Assim terão as mesmas oportunidades. Assim poderão disputar as mesmas vagas sem precisar das discutíveis cotas nas universidades. Pura inocência minha!Quem coloca o seu filho em um colégio público o faz por necessidade financeira, salvo algumas exceções. Mas este mesmo pai deseja que sua criança tenha a mesma qualidade de ensino da escola particular. Eu mesmo penso assim. Meus filhos estudam e vão estudar em colégios públicos. A partir disso, quero fazer um alerta. O que os professores neste país estão cansados de saber deve ser de conhecimento também dos pais de alunos. A educação pública no Brasil é uma farsa!Não estou aqui reclamando dos baixos salários e das péssimas condições de trabalho, objeto da maioria das reclamações dos professores em todo o país. Estes problemas são conseqüências e não a causa da falência do modelo educacional brasileiro. Estou aqui para denunciar uma prática que se tornou comum no ensino público, não só do município onde trabalho, mas no Brasil inteiro. O aluno é visto apenas como um número, e utilizado somente como ferramenta política. Estes números são transformados em dados e divulgados com objetivos eleitoreiros - 99% de crianças na escola; 99% de alunos com o ensino fundamental; 99% de alunos com o ensino médio; 0,1 de analfabetos etc. O resultado desta política se traduz no seguinte pensamento: "temos que melhorar os números, não importa como".Eu e inúmeros colegas de profissão estamos recebendo todo tipo de pressão para "dar nota" aos alunos, mesmo aqueles que não apresentam condições para tal. O nosso trabalho é avaliado de acordo com os índices de "aproveitamento", leia-se: alunos com nota boa. Os melhores professores são os que têm os melhores índices. É evidente que ninguém gosta de ser considerado um fracassado. Acho que dá para perceber para onde caminhamos. As avaliações feitas no Brasil mostram o quanto nossos alunos estão deficientes. As notas são baixíssimas. Sem contar que existem escolas em que as avaliações são feitas pelos professores e não pelos alunos (como exemplo o colégio onde meus filhos estudam. A professora dizia aos alunos o que deveria ser colocado na avaliação da Provinha Brasil). Poucos são os alunos que chegam a acertar metade da prova. No entanto, como em uma mágica, os índices de aprovação nestas mesmas disciplinas avaliadas – Português e Matemática – chegam a 100%. Será que estas avaliações são muito exigentes? Como pode uma tamanha discrepância nos números. Cabe ao poder público tomar as devidas providências. E cabe a imprensa e a sociedade como um todo cobrar para que as salas de aula nas escolas públicas no país não sejam um depósito de crianças. Cabe também a classe dos professores não se conformar com tais práticas, exigindo mais respeito e autonomia na hora de avaliar seus alunos.Sou concursado e mesmo assim sofro ameaças devido ao meu "aproveitamento" ruim. Imagine o que os milhares de professores contratados são obrigados a fazer, aprovando alunos visivelmente deficientes em suas matérias, devido ao medo de perderem seus empregos. Agüentar baixos salários, ser desvalorizado, não ter condições de trabalho, conviver com salas superlotadas e aturar a falta de respeito dos alunos e até dos próprios diretores (as) nas escolas. Este é o retrato da minha profissão. Por isso tão cedo deixei de ser um sonhador. Por isso tão cedo deixei de acreditar que mudarei alguma coisa. Por isso nosso país não é sério. Por isso ainda sofreremos por muito tempo. E ainda dizem que o brasileiro não desiste nunca.Publicado 22/02/2009 em http://www.webartigos.comO Brasil não é mesmo um país sério! Não posso dizer outra coisa após o que vivi e vou viver pelos próximos 30 anos trabalhando na educação neste país. Todos são unânimes em dizer que a educação deve ser prioridade no Brasil, ou em qualquer país que pense alto. Mas ela é mais do que isso, é uma forma de ascensão social. Esta é uma das maiores conquistas burguesas. Quando a hierarquia do nascimento deu lugar a hierarquia do dinheiro, a educação passou a ser a arma da burguesia européia para conquistar ou manter seu status. Colocar seus filhos nas melhores escolas era o mínimo que podiam fazer. Enquanto isso, os filhos do "resto" da população permaneciam ignorantes, em uma época que a idéia de ensino público e obrigatório estava engatinhando.Quando a idéia de igualdade jurídica se difundiu, a educação passou a ser vista como forma de dar as mesmas oportunidades para todos. A escola pública nasceu para isso. Em algum momento ela se desviou do seu caminho até chegar ao estágio que está hoje.No Brasil, assim como na saúde, a educação, no decorrer do Regime Militar, foi privatizada. Aqueles que possuíam dinheiro começaram a pagar um plano de saúde e uma escola particular para seus filhos. Cansados de esperar do governo, os ricos e a classe media preferiu pagar o preço. Esta situação apenas piorou o quadro nestas duas áreas essenciais. Sem a importante pressão daqueles que tem o dinheiro, a saúde e a educação pública do Brasil foi se degradando. Os mais pobres, que utilizam estes serviços, passaram a sofrer calados. A voz da população está com os mais ricos. Resumidamente, está é a história da educação. Chegamos aos dias atuais. Chegamos à minha realidade.Eu era um sonhador. Agora percebo que sou utópico. Acreditei que poderia mudar o mundo. Claro que do meu jeito, dando a minha contribuição, transformando a realidade que estava ao meu alcance. Pensei o seguinte: estou indo dar aula em uma escola pública, mas quero fazer o melhor trabalho possível, dando o melhor de mim, como se estivesse na melhor escola particular, ganhando o melhor salário possível. Estes alunos precisam ter a mesma qualidade de ensino que um aluno de uma escola particular. Assim terão as mesmas oportunidades. Assim poderão disputar as mesmas vagas sem precisar das discutíveis cotas nas universidades. Pura inocência minha!Quem coloca o seu filho em um colégio público o faz por necessidade financeira, salvo algumas exceções. Mas este mesmo pai deseja que sua criança tenha a mesma qualidade de ensino da escola particular. Eu mesmo penso assim. Meus filhos estudam e vão estudar em colégios públicos. A partir disso, quero fazer um alerta. O que os professores neste país estão cansados de saber deve ser de conhecimento também dos pais de alunos. A educação pública no Brasil é uma farsa!Não estou aqui reclamando dos baixos salários e das péssimas condições de trabalho, objeto da maioria das reclamações dos professores em todo o país. Estes problemas são conseqüências e não a causa da falência do modelo educacional brasileiro. Estou aqui para denunciar uma prática que se tornou comum no ensino público, não só do município onde trabalho, mas no Brasil inteiro. O aluno é visto apenas como um número, e utilizado somente como ferramenta política. Estes números são transformados em dados e divulgados com objetivos eleitoreiros - 99% de crianças na escola; 99% de alunos com o ensino fundamental; 99% de alunos com o ensino médio; 0,1 de analfabetos etc. O resultado desta política se traduz no seguinte pensamento: "temos que melhorar os números, não importa como".Eu e inúmeros colegas de profissão estamos recebendo todo tipo de pressão para "dar nota" aos alunos, mesmo aqueles que não apresentam condições para tal. O nosso trabalho é avaliado de acordo com os índices de "aproveitamento", leia-se: alunos com nota boa. Os melhores professores são os que têm os melhores índices. É evidente que ninguém gosta de ser considerado um fracassado. Acho que dá para perceber para onde caminhamos. As avaliações feitas no Brasil mostram o quanto nossos alunos estão deficientes. As notas são baixíssimas. Sem contar que existem escolas em que as avaliações são feitas pelos professores e não pelos alunos (como exemplo o colégio onde meus filhos estudam. A professora dizia aos alunos o que deveria ser colocado na avaliação da Provinha Brasil). Poucos são os alunos que chegam a acertar metade da prova. No entanto, como em uma mágica, os índices de aprovação nestas mesmas disciplinas avaliadas – Português e Matemática – chegam a 100%. Será que estas avaliações são muito exigentes? Como pode uma tamanha discrepância nos números. Cabe ao poder público tomar as devidas providências. E cabe a imprensa e a sociedade como um todo cobrar para que as salas de aula nas escolas públicas no país não sejam um depósito de crianças. Cabe também a classe dos professores não se conformar com tais práticas, exigindo mais respeito e autonomia na hora de avaliar seus alunos.Sou concursado e mesmo assim sofro ameaças devido ao meu "aproveitamento" ruim. Imagine o que os milhares de professores contratados são obrigados a fazer, aprovando alunos visivelmente deficientes em suas matérias, devido ao medo de perderem seus empregos. Agüentar baixos salários, ser desvalorizado, não ter condições de trabalho, conviver com salas superlotadas e aturar a falta de respeito dos alunos e até dos próprios diretores (as) nas escolas. Este é o retrato da minha profissão. Por isso tão cedo deixei de ser um sonhador. Por isso tão cedo deixei de acreditar que mudarei alguma coisa. Por isso nosso país não é sério. Por isso ainda sofreremos por muito tempo. E ainda dizem que o brasileiro não desiste nunca.Publicado 22/02/2009 em http://www.webartigos.com
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Atrações turísticas de Quixadá
- Pedra da galinha Choca
- Açude do Cedro
- Santuário Nossa Senhora Imaculada rainha do Sertão
- Lagoa dos Monólitos
- Pedra do Cruzeiro
- Serra do Estevão
- Fazenda Magé
- Museu Jacinto de Sousa
Conheça Quixadá-CE
Quixadá é um município brasileiro do estado do Ceará localizado na Mesorregião dos Sertões Cearenses. Uma de suas características mais marcantes são formações rochosas, os monólitos, nos mais diversos formatos que "quebram" a aparente monotonia da paisagem sertaneja. É também conhecida por ser a terra de escritores como Jáder de Carvalho e Rachel de Queiroz que, apesar de ter nascido em Fortaleza, a capital do Ceará, possuía uma relação muito forte com a cidade, visitando-a constantemente, quando se hospedava em sua Fazenda Não Me Deixes, que herdou de seu pai, Daniel de Queiroz.
Originalmente, a região foi habitada pelos índios Kanindé e Jenipapo pertences ao grupo dos Tapuias, resistindo à invasão portuguesa no início do século XVII, sendo "pacificados" em 1705, quando Manuel Gomes de Oliveira e André Moreira Barros ocuparam as terras quixadaenses. Estes grupos indígenas resistiram até 1760, pois os conflitos entre índios e colonos, ocasinados pelo desenvolvimento da pecuária desde 1705, praticamete extinguiram essas tribos.
A colonização da área compreendida atualmente pelo município de Quixadá ocorreu através da penetração pelo rio Jaguaribe, seguindo seu afluente o rio Banabuiú e depois o rio Sitiá, cujo objetivo principal era a conquista de terras para a pecuária de corte e leiteira.
A primeira escritura pública da região foi a do Mosteiro Beneditino, hoje Casa de Repouso São José, na Serra do Estêvão, onde hoje é o distrito de Dom Maurício, em 1641. Manuel da Silva Lima, alegando ter descoberto dois olhos d'água, obteve uma sesmaria. Essas terras, inicialmente de Carlos Azevedo, eram o "Sítio Quixedá" adquirido por compra conforme escritura de 18 de dezembro de 1728.
Em seguida, a propriedade foi vendida a José de Barros Ferreira em 1747 por duzentos e cinquenta mil réis. Oito anos depois, José de Barros, construiu casas de morada, capela e curral, lançando assim as bases da atual cidade de Quixadá, sendo considerado, portanto, o legítimo fundador da cidade. A fazenda prosperou e se transformou em distrito do município de Quixeramobim.
A partir do século XIX, com a instalação da estrada de ferro que ligava o Cariri à Fortaleza ocorreu forte urbanização do município. Esta também foi fortemente influenciada pela produção de algodão exportado para a Inglaterra, que nesta época vivia a Revolução Industrial. A Freguesia de Quixadá foi criada pela Lei provincial n.° 1.305, de 5 de novembro de 1869. Em de 27 de outubro de 1870 a Lei provincial n.° 1.347 criou o Município de Quixadá desmembrando-o de Quixeramobim e sendo elevado à categoria de vila.
Com o projeto e a construção do Açude do Cedro, a vila passa a receber ainda mais imigrantes vindo de diversas regiões (estimados em 30.000), além disso diversas estradas foram construídas. Este processo acelera a urbanização, fazendo com que em 17 de agosto de 1889 a vila recebesse foros de cidade pela Lei provincial n.º 2.166.
Deste sua emancipação até hoje, teve cinqüenta e três governos municipais, sendo o fazendeiro Laurentino Belmonte de Queiroz, o primeiro prefeito no período de 1871 a 1873.
Ler e Refletir
“Mudar é difícil, mas é possível”. (Paulo Freire)
"Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende". (Guimarães Rosa)
"As crianças têm uma sensibilidade enorme para perceber que a professora faz exatamente o contrário do que diz".
(Paulo Freire)
“Os educadores precisam compreender que ajudar as pessoas a se tornarem pessoas é muito mais importante do que ajudá-las a tornarem-se matemáticas, poliglotas ou coisa que o valha." (Carl Rogers)
"A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe." (Jean Piaget).
“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”. (Cora Coralina, poetisa brasileira).
“... A minha contribuição foi encontrar uma explicação segundo a qual, por trás da mão que pega o lápis, dos olhos que olham, dos ouvidos que escutam, há uma criança que pensa”. (Emília Ferreiro).
"Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda". (Paulo Freira).
"Educação é aquilo que revela ao sábio, e disfarça do tolo, sua falta de entendimento".(Ambrose Bierce).
" Ensinar não é uma função vital, porque não tem fim em si mesma; a função vital é aprender"(Aristóteles).
"O importante não é o conhecimento dos fatos, mas dos valores". (Dean William Inge).
domingo, 17 de abril de 2011
Artigo sobre a História do Ceará
quinta-feira, 14 de abril de 2011
PROJETOS 2010
Educação Fiscal- Educando Para a Cidadania -Liceu de Quixeramobim Alfredo Almeida Machado.
Olhar Digit@l Ética- Cidadania- Educação Fiscal - EEFM Cel. Humberto Bezerra- Quixeramobim
Todos Contra Pirataria - EEPP Maria Cavalcante Costa- Quixadá.
Educação Fiscal na EEF José Jucá- Quixadá
Cidadania em Ação- EEF Cel. Virgilio Távora-Quixeramobim
Educação fiscal Aplicada á Cidadania- EEF Pe. Antonio Correia de Sá- Boa Viagem
terça-feira, 12 de abril de 2011
quarta-feira, 6 de abril de 2011
Projeto: Cidadania é Assunto de Escola
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Cursistas do Curso Disseminadores da Educação Fiscal 2011
Nº | NOME | UNIDADE ESCOLAR | MUNICÍPIO |
01 | ANA CÁSSIA SOUSA OLIVEIRA | EEFM ASSIS BEZERRA | QUIXERAMOBIM |
02 | ANTONIA IRACI FREIRE SILVA | EEM DOM TERCEIRO | BOA VIAGEM |
03 | ANTONIO BARROS MEDEIROS | EEM DR. ANDRADE FURTADO | QUIXERAMOBIM |
04 | ANTONIO CLAUDIANO MATIAS OLIVEIRA | EEM CEL. VIRGILIO TÁVORA | QUIXADÁ |
05 | ANTONIO JOSÉ BARROS | EEFM CEL. HUMBERTO BEZERRA | QUIXERAMOBIM |
06 | ARLENE DE SOUSA FARIAS | EEFM ASSIS BEZERRA | QUIXERAMOBIM |
07 | CARLOS EDUARDO PEREIRA QUEIROZ | EEFM ASSIS BEZERRA | QUIXERAMOBIM |
08 | EDILANNE DE OLIVEIRA CASTELO | EEFM CEL. HUMBERTO BEZERRA | QUIXERAMOBIM |
09 | ELIANE TEIXEIRA BRITO | 12ª CREDE | QUIXADÁ |
10 | FABRICIA LEMOS RODRIGUES | EEFM GOV. LUIZ GONZAGA MOTA | QUIXADÁ |
11 | FRANCISCA EDNA FARIAS SANTOS | EEM JACOB NOBRE | BANABUIU |
12 | FRANCISCO ANTONIO DE OLIVEIRA NETO | EEPMARIA CAVALCANTE COSTA | QUIXADÁ |
13 | FRANCISCO WILLAME VIANA SILVA | EEM CÔNEGO Luiz BRAGA ROCHA | IBARETAMA |
14 | LUCIVANDA DA COSTA LIMA | EEFM JOSÉ MARTINS RODRIGUES | QUIXADÁ |
15 | MARIA DEFATIMA HOLANDA BARBOSA | EEFM GOV. CÉSAR CALS DE OLIVEIRA | QUIXADÁ |
16 | MARIA DE LOURDES OLIVEIRA FERREIRA | 12ª CREDE | QUIXADÁ |
17 | MARIA DO CARMO SILVA DO | EEM EMANUEL | CHORÓ |
18 | MARIA ERIDAN DE SOUSA DO NASCIMENTO | 12ª CREDE | QUIXADÁ |
19 | MARIA NATÁLIA MOUTA DE OLIVEIRA | LICEU DE QUIXERAMOBIM DR. ALFREDO MACHADO | QUIXERAMOBIM |
20 | MAX WELL MAIA DA CUNHA | EEM MARIA EDILCE DIAS FERNANDES | IBICUITINGA |
21 | PAULO DANIEL BRAGA DOS SANTOS | EEM DOM TERCEIRO | BOA VIAGEM |
22 | RAFAEL TEIXEIRA DE ARAÚJO | EEM Liceu de Quixeramobim | QUIXEARMOBIM |
23 | RAFAEL MARIANO DE MESQUISA | EEM ALFREDO MACHADO | MADALENA |
24 | SANDRA MARIA MENEZES FERNANDES | EEFM GOV. CÉSAR CALS DE OLIVEIRA | QUIXADÁ |
25 | FRANCISCO DIAS PEREIRA FILHO | EEP MARIA CAVALCANTE COSTA | QUIXADÁ |
domingo, 3 de abril de 2011
sábado, 2 de abril de 2011
Para Refletir
ENCONTRO PRESENCIAL DO CURSO DISSEMINADORES DA EDUCAÇÃO FISCAL 2011
Programação
Credeciamento ( Profª Multiplicadora do NTE Jacinta Ferreira)
Café de Boas Vindas ( no pátio da 12 ª CREDE)
Palavra da Coordenadora da 12ª CREDE ( Profª Joyce Santana)
Acolhida : A Mulher Invisivel ( Reflexão com a Profª Joana Lobo)
Apresentação da Dramatização da EEFM Gov. Luiz Gonzaga Mota Município de Quixadá-CE ( prof ª Emanuela)
Palestra - Educação Fiscal ( Prof. Ìtalo Câmara da EEFM Cel. Humberto Bezerra do Município de Quixeramobim-CE)
Apresentação do Ambiente Moodle ( Maria Ionês (tutora do Curso)
Relatório de Acompanhamento das atividades por aluno ( Maria Ionês tutora do curso)
Apresentação do Video Motivação Pessoal e Desenvolvimento Pessoal ( Profª Cátia Gontijo . http://www.esaf.fazenda.gov.br/esafsite/tv-esaf/Motivacao_Pessoal/Motivacao_Pessoal.html
Dinâmica : Teste dos 3 minutos ( Profª Darquinha)
Apresentação do Blog : https://educacaofiscalcrede12.blogspot.com/
Leitura e realização das atividades do MóduloII (Profª Maria Ionês Alves do Nascimento- tutora do curso)
Relato da memória do dia